A palavra avô vem do latim avus que significa “pai do pai ou da
mãe”. Hoje vendo essas homenagens nas redes sociais e matérias sobre os esses
queridos nos portais de notícias me veio à lembrança dos meus avós paternos...
Só tive a oportunidade de conviver com eles, já que minha avó materna faleceu
quando eu ainda era bebê e meu avô abandonou a família e eu nunca o conheci.
Mas o Vô Luiz e a Vó Lina foram figuras constantes e presentes até minha fase
quase adulta.
O Vô era bravo, nos colocava de
castigo quando necessário, e nunca gravava os nomes dos quase 20 netos, todos
eram "menino". Ele madrugava para ir ao sítio buscar o leite para
vender na cidade e ficava todo orgulhoso quando os netos queriam acompanhá-lo
nessa labuta. Ele não nos deixava conversar enquanto estávamos à mesa do almoço
ou da janta. Ele incentivava os netos a comer gemada, tomar leite com farinha e
comer biscoito molhado no café. Ele tinha fama de mulherengo e não negava, mas
dentro de casa ele era a autoridade... Ele sempre trazia frutas e verduras
fresquinhas do sítio e deixava em cima da mesa da área lá dos fundos para
quem chegasse se deliciar com as gostosuras. Ele nos emprestava a 'pampa' para
passearmos pela cidade. Ele tinha a cadeira do vovô que todos os netos disputavam. Ele parava o sorveteiro que passava a tardezinha e
comprava sorvete para todas as crianças que por ali estavam (netos e os filhos
dos vizinhos)...
A Vó era a paciência em pessoa,
falava baixinho, andava de devagarinho, fazia doces, bolos, pão, biscoito, pão
de queijo, bolacha e rosca... Hum! Dá agua na boca só de lembrar. Ela sempre
fazia um café à tardezinha para os netos e filhos que sempre por lá passavam
para pedir a benção. Ela costurava e bordava toalhas de banho para todos os
netos. Ela sempre usava suas economias para ajudar os filhos e os netos mais
necessitados. Ela deitava com os netos e contava histórias quando íamos dormir
lá. Ela esquentava tijolos e colocava nos pés na cama para nos esquentar do frio.
Ela dormia no hospital com os netos quando ficávamos internados. Ela adorava contar as histórias de quando era moça lá no inteiror de Minas Gerais. Ela também adorava
ensinar as netas a bordar, costurar e cozinhar, neta prendada era motivo de
orgulho. Ela ficava feliz quando os netos a acompanhava nas missas ou nas
procissões. Ela sofria calada pela fama do vô...
Os sentimentos de dor e tristeza
nos apoderaram quando ambos partiram dessa vida, mas também os sentimentos de
amor, carinho, orgulho, inspiração e admiração sempre estão presentes quando
essas e outras lembranças nos vêm à mente.